O Herói
A Grande Guerra
A Primeira Guerra Mundial ocorreu entre julho de 1914 e 11 de novembro de 1918, em que mais de dez milhões de pessoas morreram neste conflito, numa escala sem precedentes.
A razão pela qual a guerra deflagrou é muito mais complexa do que o assassinato do Arquiduque Fernando, do Império Austro-húngaro, em Saraievo (julho de 1914) – as causas reais são muito mais profundas e ainda hoje merecem um debate e discussão contínuos.
Portugal vai mobilizar mais de 100.000 homens para o Exército e Marinha de Portugal, em que aproximadamente 12.000 soldados portugueses morreram durante o conflito, incluindo africanos que serviram em suas forças armadas nas frentes coloniais.
Porém, as mortes de civis em Portugal ultrapassaram em muitas dezenas de milhares as militares, causadas, quer pela escassez de alimentos como pela gripe espanhola entre 1918 e 1921!
Portugal na Grande Guerra
Com a queda da Monarquia e o advento da I República, Portugal vai tentar evitar, sem sucesso, o sistema de alianças envolvido na Primeira Guerra Mundial e dividiu-se entre os Guerristas e os adeptos da neutralidade no início do conflito em 1914.
Portugal quis proteger as suas colónias em África, entrando em confronto com as tropas alemãs no sul da África Ocidental Portuguesa (Angola), que fazia fronteira com o Sudoeste Africano Alemão (Namíbia), em 1914 e 1915.
Portugal só entrou formalmente na Guerra em 9 de Março de 1916, depois da declaração oficial do Governo de Berlim.
O Momento
Aníbal Augusto é colocado na linha defendida pelo Corpo Expedicionário Português (C.E.P.) na zona da Flandres.
A 9 de Abril de 1918 é iniciada a ofensiva alemã Georgette, que pretendeu romper a linha anglo–portuguesa em direção ao Porto de Antuérpia, na costa do Canal da Mancha, tendo atingido a 2ª Divisão do C.E.P.
As tropas portuguesas, que estavam esgotadas, foram rapidamente esmagadas e as linhas do C.E.P. começaram a ceder.
Em vez de se retirar, Milhais, sozinho, correu ao longo das linhas de trincheira do seu sector, para tentar retardar o avanço das tropas alemãs que progrediam em direção às posições portuguesas, fazendo fogo de diferentes posições, iludindo as tropas alemãs, de que ainda haveria tropas da 2ª Divisão do C.E.P. naquele sector…
Na batalha de La Lys morreram cerca de 400 soldados portugueses e mais de 6500 foram feitos prisioneiros, quebrando o C.E.P. como unidade de combate a nível divisionário.
O Reconhecimento
Aníbal Milhais já sem munições para a sua arma logrou sobreviver durante uns dias, com o pouco do que lhe restava das magras rações, até encontrar um oficial da Divisão inglesa do sector que o ajudou a voltar ao que restava do Regimento de Infantaria 15 e que contou o Feito do Português.
Tinha nascido a Lenda, esta baseada na verdade.
De apelido Milhais, perante a sua bravura, o comandante abraçou-o, dizendo “Tens o nome de Milhais, mas vales Milhões”.
A partir daqui todos o conheciam como o “Soldado Milhões”.
Por este Feito, recebeu a mais alta condecoração militar portuguesa – a Ordem Militar de Torre e Espada, do Valor, Lealdade e Mérito – ainda na Flandres em 1918.
O Homem
Aníbal Augusto Milhões, as origens, a Família, os costumes.
O Território
O Património Humano e Natural, os produtos típicos, a paisagem, as histórias.
A Casa
O Lugar da Família, a arquitectura, a comunidade, o “servir o próximo”.



